sábado, 30 de maio de 2009

O Céu do Céu - Bruno Vilela

Nessa série de pinturas uso da alegoria do vôo/avião, para representar aspectos da vida/morte de todo processo que vivemos. Discuto questões da pintura também, fazendo jogos meta lingüísticos com estilos consagrados como concretismo, taxismo, etc...
A mancha, a linha, a matéria da tinta, a fotografia revelada a mão com a técnica seca do pastel e carvão. O contraste entre o analógico e o digital, orgânico e mecânico, máquina e homem.

O processo de trabalho se dá através da busca de imagens que são projetadas em telas de 250 X 150 cm. Surgem na madrugada, projeto as imagens as 22hs e só paro as 06hs da manhã... Imagens de família, slides antigos e mofados, fotos de passeios de amigos dos anos 60, coisas que acho na internet.

O avião é mitologia para vôo, para passagem, mudança, morte/vida. Estratégias de fuga, da vida e das várias vidas que criamos estão nos safety cards encontrados nos aviões... Ninguém nunca gostaria de usar suas instruções, entramos ali buscando uma mudança na morte/rotina, esperançosos de algo novo, e de repente tudo pode acabar em fogo na mata ou em afogamento no mar. Isso se dá com relacionamento humanos de maneira extremamente relacionada, com expectativas do prazer e do amor, no trabalho, nas relações entre casais, etc...

Nunca imaginamos a fuga, nem que não pode dar certo. Mas o safety card está sempre ali mostrando que SE acaso acontecer, há como fugir da morte, e amor com amor se paga? Não ! Amor com amor se APAGA.

No céu do céu o pôr do sol é mais bonito, mas é onde Ícaro queimou suas asas.

Bruno Vilela

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