sexta-feira, 9 de agosto de 2024

filme "Quando o sangue flui"


Em Ipanema, um casal de vampiros bisexuais seduz suas vítimas com promessas de encontros sexuais por meio de cartas. Mas suas vidas viram de cabeça para baixo quando um estranho, fascinado pela ideia da antropofagia, responde a uma de suas cartas, levando a um desfecho improvável.

PRODUTORA

“Produzir Quando o Sangue Flui foi uma das experiências mais intensas, arriscadas e significativas da trajetória da Marina de Ideias Produções. Com 17 anos no mercado e muitas produções na bagagem, havíamos realizado recentemente um longa documentário musical, Gritando! Punk, Rock, Skate e Underground, de Alexandre Mapa (hoje disponível na Amazon Prime), e projetos de longa-metragem de ficção ainda estavam em desenvolvimento. Mas, quando Marina Lessa Trindade, Cainã de Paulo e Pedro Valle trouxeram a proposta — ainda como um curta-metragem — percebi de imediato a ousadia e a força que havia naquela ideia. Vi também a paixão deles e a urgência em dar forma a uma narrativa que unia desejo, poesia, sexo e sangue. E a importância de ouvir e dar voz a jovens, acreditar e investir neles. Convidei-os a virem à produtora e, depois de uma longa conversa, tive uma certeza: não seria um curta, mas sim um longa-metragem. Eles trouxeram para o projeto uma jovem equipe mega talentosa e disposta. Reunimos atores emergentes da cena carioca e atores experientes. Assumir essa produção foi um ato de coragem e afeto. Decidimos fazer apenas com financiamento coletivo, parcerias e muita entrega. Sem patrocínios, sem leis de incentivo. Era a forma mais rápida. Em dezoito dias de filmagem, movidos por esse financiamento, por amigos e por fornecedores parceiros que acreditaram na proposta e toparam trabalhar em regime de escambo, conseguimos erguer um filme inteiro. Cada cena foi construída no limite entre a precariedade e a potência criativa — e esse limite, longe de enfraquecer, deu ainda mais verdade ao processo. Fiz questão de que os criadores fossem co-produtores, vivenciando cada etapa e fortalecendo a pegada autoral do projeto. Também propus o intercâmbio intergeracional: reunir jovens talentos com profissionais experientes, criando uma troca riquíssima. O resultado é um filme que pulsa com o frescor das ideias e a densidade da experiência. Quando o Sangue Flui é mais do que um filme: é a prova de que o cinema brasileiro resiste e se reinventa mesmo sem os mecanismos tradicionais de fomento. É fruto da coletividade, da crença no impossível e do desejo de afirmar um cinema ousado, original e profundamente nosso.” Alessandra Alves - Produtora 


DIRETORES

“Durante a escrita, o Pedro e eu falávamos muito sobre como esse filme, no fundo, é sobre repressão. Política, sexual, intelectual. Todo mundo aqui é reprimido de alguma forma. Os vampiros precisam do êxtase do jogo de gato e rato com as vítimas. O Júlio é todo feito dessa essência pop, quadrinesca, bizarra. Acho que a maior evidência da repressão dele é o desejo. Ele mesmo diz: “só a antropofagia é capaz de solucionar os meus problemas”. Essa tensão sexual vai crescendo, sempre. Mas se recusa, se nega, volta à estaca zero. Até que, quando menos esperamos, explode. Era o nosso jeito de reagir a um cinema que se leva a sério demais. Queríamos transgredir com leveza. Brincar com o gênero. Fazer um terrir marginal no século XXI. E sempre, de alguma forma, voltávamos pra Sganzerla e Bressane. O Bandido da Luz Vermelha é político até o osso, mas fala disso com quadrinho pulp, ficção científica, filme de crime. É o gênero como ferramenta de denúncia. Queríamos algo parecido: uma comédia que, quando resolve ser terror, se leva a sério. Essa história só podia ser contada com personagens disfuncionais. Às vezes eles falam de um jeito falso, mas é de propósito. Queríamos essa performance, esse artificial que diz mais sobre eles do que qualquer sinceridade. Claudie e Monique são repressão pura. Pseudo-intelectuais frustrados, carne europeia em Ipanema, querendo devorar o que acham inferior. É colonizar a nossa própria cultura pop. É aí que batemos de frente com Oswald de Andrade e o Manifesto Antropófago.” Cainã de Paulo


Sou muito grata e feliz de estar envolvida nesse projeto, tanto como atriz como assistente de produção. É um filme diferente dos que estão sendo feitos pelas pessoas jovens que estão estudando cinema, transgressor, queer, com vários elementos do cinema marginal. É nojento e sensual. É uma Ipanema onírica cheia de surpresas. Também a trilha sonora original do filme composta por Pedro Valle e Eric Dwo está do caralho! Viver a Monique foi um prazer!” Marina Lessa Trindade

“Foi um privilégio entrar em um mundo tão cheio de referências a grandes filmes, músicas, pessoas profundamente envolvidas com a arte e, principalmente, com esse cenário cultural e artístico carioca. Me encantei com um set tão cheio de cultura. Foi um desafio assumir um protagonista poucos dias antes de começar a filmar, mas encarei como a melhor oportunidade para viver uma imersão como ator e sair da minha zona de conforto. Foi incrível! Fizemos um filme no amor, na raça, com todo mundo super empenhado e acreditando no que estava fazendo. Foi lindo. Só me fez amar ainda mais esse ofício.” Kauã Rodriguez

“Agora, sobre o filme, é válido nos determos sobre um dos seus protagonistas. A essência de Júlio flerta com misticismo. Não se sabe se ele é um deus, uma criatura folclórica, um louco, um justiceiro, o espírito da américa latina querendo se encontrar ou o próprio Abaporu. Subvertendo o Deus Judaico, Júlio é aquele que não é. Não é américa autóctone, nem Europa, pois é no momento que Abaporu se alimenta de carne europeia que está o ponto de ruptura. Ele jamais será o que um dia foi. Replico, quem é Júlio? Um diagnóstico ou um tratamento para a condição do Brasil? Sabe-se de onde ele veio: Dos ritos antropofágicos ameríndios, dos quadrinhos do Angeli, da mesma mata da vitória regia, curupira e saci, da tropicália, mas para onde vai? O que ele quer com esse mundo? por que aceitou o convite dos Vampiros? Todas essas perguntas são como as águas de um rio. E como se sabe, os rios têm segredos que só contam para o mar.” Sérgio Mascouto

“Esse filme é QUANDO O CINEMA FLUI...sim, no talento de uma galera jovem, que respira cinema! Ele é resultado inclusive disso. Muito orgulho de participar Guerrilha! Vida longa metragem ao QUANDO O SANGUE FLUI!!” Aramis Trindade

“Quando o Sangue Flui foi uma experiência visceral e única. Concebido por jovens e alavancado de maneira independente, o filme permite a exploração de um caráter muito livre, fresco e experimental do cinema.” Sofia Sthel

“Quando o Sangue Flui é uma obra cinematográfica pulsante, livre e experimental, concebida por jovens talentos que respiram arte e ousam inovar. Trata-se de uma experiência visceral, realizada de forma independente e conduzida com a visão e a coragem de seus diretores, enriquecida pela produção de Alessandra Alves. Sinto profundo orgulho em integrar este projeto, que encanta e impacta com interpretações marcantes! Que esta obra tenha vida longa e inspire novas criações.” Maju Souza

“Eu, Ticiana Studart, atriz do filme Quando o sangue flui, estou muito feliz e orgulhosa de ter participado desse feito. O filme é surreal, experimental e encanta. Os diretores tem visão, coragem e vem pra inovar. Sob a produção de Alessandra Alves, o filme ganha mais valor. E por último a interpretação de Marina Lessa Trindade que arrebenta.” Ticiana Studart

“Pessoalmente, acho o filme uma muito esperada representação artística de como nossa geração pensa, nossos interesses e como nos vemos. Ele não rejeita tempos modernos, ele os absorve e se reinventa nele ao mesmo tempo em que deixa suas influências e ideologia marcadas em todo seu processo criativo. A composição me pegou completamente desprevenido. Tudo foi composto em dois meses em encontros semanais, não tínhamos nenhuma referência além do roteiro e do conceito dos diretores que estavam presentes em todos os ensaios e davam fortes opiniões. Ao longo desses meses as composições foram ficando mais sombrias e vampirescas, mais secas e menos simples. Fomos nos distanciando cada vez mais da proposta original da Bossa Nova e incorporando elementos de Blues e Samba clássico, Jazz brasileiro e etiópico e principalmente de Pós-Rock. No final disso todos os envolvidos sabiam que tinham um grande monstro musical fora de controle em nossas mãos. Esse filme é o começo de uma parceria incrível entre eu e os diretores Pedro e Cainã, está no meio de um movimento cinematográfico jovem e novo. Ele é não-conformista em seu núcleo, passeia por vários gêneros entre si e é um manifesto que demonstra perfeitamente o elo inseparável entre a antropofagia e o sexo.” Eric Dwo


INGLÊS

SYNOPSIS

In Ipanema, a bisexual vampire couple seduces their victims with promises of sexual encounters through letters. But their lives are turned upside down when a stranger, fascinated by the idea of anthropophagy, responds to one of their letters, leading to an unlikely outcome.

PRODUTION

Alessandra Alves, Producer

“Producing When the Blood Flows was one of the most intense, risky, and meaningful experiences in the history of Marina de Ideias Produções. With 17 years in the market and many productions under our belt, we had recently completed a feature-length musical documentary, Gritando! Punk, Rock, Skate e Underground, by Alexandre Mapa (currently available on Amazon Prime), and fiction feature projects were still in development. But when Marina Lessa Trindade, Cainã de Paulo, and Pedro Valle brought me the proposal — initially as a short film — I immediately saw the boldness and power in that idea. I also saw their passion and the urgency to give shape to a narrative that united desire, poetry, sex, and blood. And the importance of listening to and amplifying young voices, believing in them, and investing in them. I invited them to the production company and, after a long conversation, I was certain: it would not be a short film, but a feature. They brought a talented, eager young team to the project. We gathered emerging actors from the Rio scene along with experienced actors. Taking on this production was an act of courage and affection. We decided to do it solely through crowdfunding, partnerships, and pure dedication. No sponsorships, no government incentive laws. It was the fastest way. In eighteen days of filming — powered by this collective funding, friends, and partner suppliers who believed in the project and agreed to work in exchange arrangements — we managed to build an entire film. Each scene was constructed on the edge between scarcity and creative strength — and that limit, far from weakening us, gave even more truth to the process. I insisted that the creators become co-producers, experiencing each stage and strengthening the project’s authorial essence. I also proposed an intergenerational exchange: bringing together young talents with experienced professionals, creating a rich dialogue. The result is a film that pulses with the freshness of ideas and the depth of experience. When the Blood Flows is more than a film: it is proof that Brazilian cinema resists and reinvents itself even without traditional funding mechanisms. It is the fruit of collectivity, of believing in the impossible, and of the desire to affirm a bold, original, and deeply Brazilian cinema.”


DIRECTOR

Cainã de Paulo

“During the writing process, Pedro and I talked a lot about how this film, at its core, is about repression. Political, sexual, intellectual. Everyone here is repressed in some way. The vampires need the thrill of the cat-and-mouse game with their victims. Júlio is entirely made of this pop, comic-book, bizarre essence. I think the clearest evidence of his repression is desire. He even says it himself: ‘only anthropophagy can solve my problems.’ That sexual tension keeps growing. But it is denied, refused, reset. Until, when least expected, it explodes. It was our way of reacting to a cinema that takes itself too seriously. We wanted to transgress with lightness. Play with the genre. Make a marginal terrir (horror + comedy) for the 21st century. And somehow, we always circled back to Sganzerla and Bressane. The Red Light Bandit is political to its core, but it speaks through pulp comics, sci-fi, crime movies. Genre as a tool for denunciation. We wanted something similar: a comedy that, when it decides to be horror, takes itself seriously. This story could only be told with dysfunctional characters. Sometimes they speak in an artificial way, but it’s intentional. We wanted that performance, that artificiality that reveals more about them than any sincerity would. Claudie and Monique are pure repression. Frustrated pseudo-intellectuals, European flesh in Ipanema, wanting to devour what they think is inferior. It’s about colonizing our own pop culture. And that’s where we confront Oswald de Andrade and the Anthropophagic Manifesto.”  

CAST & CREW TESTIMONIALS

Marina Lessa Trindade
“I am so grateful and happy to be involved in this project, both as an actress and as a production assistant. It’s a film unlike those being made by young film students — transgressive, queer, with many elements of marginal cinema. It’s disgusting and sensual. An oneiric Ipanema full of surprises. Also, the original soundtrack composed by Pedro Valle and Eric Dwo is fucking amazing! Living as Monique was a pleasure!”

Kauã Rodriguez
“It was a privilege to enter a world filled with references to great films, music, and people deeply involved with art, especially within the Rio cultural scene. I was enchanted by such a culturally rich set. It was a challenge to take on a leading role just days before filming began, but I saw it as the best opportunity to immerse myself as an actor and step out of my comfort zone. It was incredible! We made a film with love and grit, everyone deeply committed and believing in what we were doing. It was beautiful. It made me love this craft even more.”

Sérgio Mascouto
“Now, about the film, it’s worth dwelling on one of its protagonists. Júlio’s essence flirts with mysticism. It’s unclear if he is a god, a folkloric creature, a madman, a vigilante, the spirit of Latin America searching for itself, or Abaporu himself. Subverting the Judaic God, Júlio is the one who is not. Not indigenous America, nor Europe — for it is in the moment when Abaporu feeds on European flesh that rupture occurs. He can never again be what he once was. So, who is Júlio? A diagnosis or a treatment for Brazil’s condition? We know where he came from: Amerindian anthropophagic rites, Angeli’s comics, the same forest of the victoria amazonica, Curupira, and Saci, from Tropicália. But where is he going? What does he want with this world? Why did he accept the vampires’ invitation? All these questions are like the waters of a river. And as is known, rivers have secrets they only reveal to the sea.”

Aramis Trindade
“This film is WHEN CINEMA FLOWS… in the talent of a young crew that breathes cinema! It is the result of that energy. I am very proud to be part of it. Guerrilla! Long life to When the Blood Flows!”

Sofia Sthel
When the Blood Flows was a visceral and unique experience. Conceived by young people and driven independently, the film allows for a very free, fresh, and experimental approach to cinema.”

Maju Souza
When the Blood Flows is a pulsating, free, and experimental cinematic work, conceived by young talents who breathe art and dare to innovate. It is a visceral experience, made independently and guided by the vision and courage of its directors, enriched by the production of Alessandra Alves. I feel deep pride in being part of this project, which captivates and impacts with remarkable performances! May this work live long and inspire new creations.”

Ticiana Studart
“I, Ticiana Studart, actress in When the Blood Flows, am very happy and proud to have participated in this feat. The film is surreal, experimental, and enchanting. The directors have vision and courage and come to innovate. With Alessandra Alves’ production, the film gains even more value. And finally, the performance of Marina Lessa Trindade is outstanding.”

Eric Dwo
“Personally, I think the film is a long-awaited artistic representation of how our generation thinks, our interests, and how we see ourselves. It does not reject modern times — it absorbs and reinvents them while leaving its influences and ideology marked throughout its creative process. The score completely caught me off guard. Everything was composed in two months of weekly meetings, with no reference beyond the script and the directors’ concept — they were present at every rehearsal, giving strong input. Over those months, the compositions became darker and more vampiric, drier, less simple. We moved further away from the original Bossa Nova proposal, incorporating elements of Blues, classic Samba, Brazilian and Ethiopian Jazz, and especially Post-Rock. In the end, everyone involved knew we had a monstrous, uncontrollable musical beast in our hands. This film marks the beginning of an incredible partnership between me and the directors Pedro and Cainã. It stands within a young and new cinematic movement. At its core, it is nonconformist, weaving through multiple genres, and it is a manifesto perfectly demonstrating the inseparable bond between anthropophagy and sex.”

ESPANHOL

SINOPSIS

En Ipanema, una pareja de vampiros bisexuales seduce a sus víctimas con promesas de encuentros sexuales mediante cartas. Pero sus vidas se ven trastocadas cuando un extraño, fascinado por la idea de la antropofagia, responde a una de sus cartas, conduciendo a un desenlace improbable.

PRODUCTORA

“Producir Cuando la Sangre Fluye fue una de las experiencias más intensas, arriesgadas y significativas en la trayectoria de Marina de Ideias Produções. Con 17 años en el mercado y muchas producciones en nuestro haber, habíamos realizado recientemente un largometraje documental musical, ¡Gritando! Punk, Rock, Skate y Underground, de Alexandre Mapa (hoy disponible en Amazon Prime), y proyectos de largometraje de ficción aún estaban en desarrollo. Pero, cuando Marina Lessa Trindade, Cainã de Paulo y Pedro Valle trajeron la propuesta —todavía como cortometraje—, vi de inmediato la audacia y la fuerza que había en esa idea. También vi la pasión de ellos y la urgencia de dar forma a una narrativa que unía deseo, poesía, sexo y sangre. Y la importancia de escuchar y dar voz a los jóvenes, creer en ellos e invertir en ellos. Los invité a la productora y, después de una larga conversación, tuve una certeza: no sería un corto, sino un largometraje. Ellos trajeron al proyecto un equipo joven, mega talentoso y dispuesto. Reunimos actores emergentes de la escena carioca y actores experimentados. Asumir esta producción fue un acto de valentía y afecto. Decidimos hacerlo solo con financiamiento colectivo, asociaciones y mucha entrega. Sin patrocinios, sin leyes de incentivo. Era la forma más rápida. En dieciocho días de rodaje —movidos por ese financiamiento, por amigos y por proveedores socios que creyeron en la propuesta y aceptaron trabajar en régimen de trueque— conseguimos levantar una película entera. Cada escena se construyó en el límite entre la precariedad y la potencia creativa —y ese límite, lejos de debilitarnos, dio aún más verdad al proceso. Hice cuestión de que los creadores fueran coproductores, viviendo cada etapa y fortaleciendo la impronta autoral del proyecto. También propuse un intercambio intergeneracional: reunir jóvenes talentos con profesionales experimentados, creando un intercambio riquísimo. El resultado es una película que late con la frescura de las ideas y la densidad de la experiencia. Cuando la Sangre Fluye es más que una película: es la prueba de que el cine brasileño resiste y se reinventa incluso sin los mecanismos tradicionales de fomento. Es fruto de la colectividad, de la creencia en lo imposible y del deseo de afirmar un cine audaz, original y profundamente nuestro.” Alessandra Alves, Productora

DIRECTORES

“Durante la escritura, Pedro y yo hablábamos mucho de cómo esta película, en el fondo, trata sobre la represión. Política, sexual, intelectual. Todo el mundo aquí está reprimido de alguna forma. Los vampiros necesitan el éxtasis del juego del gato y el ratón con las víctimas. Júlio está hecho de esa esencia pop, de cómic, bizarra. Creo que la mayor evidencia de su represión es el deseo. Él mismo dice: ‘solo la antropofagia es capaz de solucionar mis problemas’. Esa tensión sexual va creciendo siempre. Pero se niega, se reprime, vuelve al punto cero. Hasta que, cuando menos se espera, explota. Era nuestra manera de reaccionar a un cine que se toma demasiado en serio. Queríamos transgredir con ligereza. Jugar con el género. Hacer un terrir marginal en el siglo XXI. Y siempre, de alguna forma, volvíamos a Sganzerla y Bressane. El Bandido de la Luz Roja es político hasta los huesos, pero habla de eso con cómic pulp, ciencia ficción, cine de crimen. Es el género como herramienta de denuncia. Queríamos algo parecido: una comedia que, cuando decide ser terror, se toma en serio. Esta historia solo podía ser contada con personajes disfuncionales. A veces hablan de un modo falso, pero es intencional. Queríamos esa performance, ese artificio que dice más de ellos que cualquier sinceridad. Claudie y Monique son pura represión. Pseudo-intelectuales frustrados, carne europea en Ipanema, queriendo devorar lo que consideran inferior. Es colonizar nuestra propia cultura pop. Ahí es donde nos enfrentamos con Oswald de Andrade y el Manifiesto Antropófago.”  Cainã de Paulo

TESTIMONIOS DEL ELENCO Y EQUIPO

Marina Lessa Trindade

“Estoy muy agradecida y feliz de estar involucrada en este proyecto, tanto como actriz como asistente de producción. Es una película diferente de las que están haciendo los jóvenes que estudian cine —transgresora, queer, con varios elementos del cine marginal. Es repugnante y sensual. Una Ipanema onírica llena de sorpresas. ¡Y además la banda sonora original compuesta por Pedro Valle y Eric Dwo está de puta madre! Interpretar a Monique fue un placer.”

Kauã Rodriguez
“Fue un privilegio entrar en un mundo tan lleno de referencias a grandes películas, músicas, personas profundamente involucradas con el arte y, principalmente, con ese escenario cultural y artístico carioca. Me encantó un set tan lleno de cultura. Fue un desafío asumir un protagónico pocos días antes de empezar a filmar, pero lo enfrenté como la mejor oportunidad de vivir una inmersión como actor y salir de mi zona de confort. ¡Fue increíble! Hicimos una película con amor, con garra, con todo el mundo súper comprometido y creyendo en lo que estaba haciendo. Fue hermoso. Solo me hizo amar aún más este oficio.”

Sérgio Mascouto
“Ahora, sobre la película, vale la pena detenerse en uno de sus protagonistas. La esencia de Júlio coquetea con el misticismo. No se sabe si es un dios, una criatura folclórica, un loco, un justiciero, el espíritu de América Latina queriendo encontrarse o el propio Abaporu. Subvirtiendo al Dios judaico, Júlio es aquel que no es. No es América autóctona, ni Europa, pues es en el momento en que Abaporu se alimenta de carne europea donde está el punto de ruptura. Jamás volverá a ser lo que un día fue. Repito: ¿quién es Júlio? ¿Un diagnóstico o un tratamiento para la condición de Brasil? Se sabe de dónde vino: de los ritos antropofágicos amerindios, de los cómics de Angeli, de la misma selva de la victoria regia, del Curupira y el Saci, de la Tropicalia. ¿Pero hacia dónde va? ¿Qué quiere con este mundo? ¿Por qué aceptó la invitación de los vampiros? Todas esas preguntas son como las aguas de un río. Y como se sabe, los ríos tienen secretos que solo cuentan al mar.”

Aramis Trindade
“Esta película es CUANDO EL CINE FLUYE… ¡en el talento de una gente joven que respira cine! Es el resultado de eso. Mucho orgullo de participar. ¡Guerrilla! ¡Larga vida al largometraje Cuando la Sangre Fluye!”

Sofia Sthel
Cuando la Sangre Fluye fue una experiencia visceral y única. Concebida por jóvenes e impulsada de manera independiente, la película permite explorar un carácter muy libre, fresco y experimental del cine.”

Maju Souza
Cuando la Sangre Fluye es una obra cinematográfica palpitante, libre y experimental, concebida por jóvenes talentos que respiran arte y se atreven a innovar. Es una experiencia visceral, realizada de forma independiente y conducida con la visión y el coraje de sus directores, enriquecida por la producción de Alessandra Alves. Siento un profundo orgullo de integrar este proyecto, que encanta e impacta con interpretaciones notables. ¡Que esta obra tenga larga vida e inspire nuevas creaciones!”

Ticiana Studart
“Yo, Ticiana Studart, actriz de la película Cuando la Sangre Fluye, estoy muy feliz y orgullosa de haber participado en este logro. La película es surrealista, experimental y cautivadora. Los directores tienen visión, coraje y vienen a innovar. Con la producción de Alessandra Alves, la película gana aún más valor. Y por último, la interpretación de Marina Lessa Trindade que arrasa.”

Eric Dwo
“Personalmente, creo que la película es una muy esperada representación artística de cómo piensa nuestra generación, de nuestros intereses y de cómo nos vemos. No rechaza los tiempos modernos, los absorbe y se reinventa en ellos, al mismo tiempo que deja sus influencias e ideología marcadas en todo su proceso creativo. La composición me tomó completamente por sorpresa. Todo fue compuesto en dos meses, en encuentros semanales, sin ninguna referencia más allá del guion y el concepto de los directores —que estaban presentes en todos los ensayos y daban opiniones fuertes. A lo largo de esos meses, las composiciones se fueron volviendo más sombrías y vampíricas, más secas y menos simples. Nos fuimos distanciando cada vez más de la propuesta original de la Bossa Nova e incorporando elementos de Blues y Samba clásico, Jazz brasileño y etíope y principalmente de Post-Rock. Al final, todos los involucrados sabíamos que teníamos un gran monstruo musical fuera de control en nuestras manos. Esta película es el comienzo de una increíble asociación entre yo y los directores Pedro y Cainã. Está en el medio de un movimiento cinematográfico joven y nuevo. Es inconformista en su núcleo, pasea por varios géneros y es un manifiesto que demuestra perfectamente el vínculo inseparable entre la antropofagia y el sexo.”

Produtora: MARINA DE IDEIAS PRODUÇÕES

Teaser:


Fotos:




 
         Monique (Marina Lessa Trindade)                            Claudie (Kauã Rodriguez)

 
       Psiquiatra (Daniel Bauerfieldt)                                Paula (Maju Souza)

  
                  Raul (Aramis Trindade)                         Vampiros (Marina Lessa Trindade e Kauã Rodriguez)

 
                     Ana (Sofia Sthel)                                           Júlio (Sérgio Mascouto)

Senhora indefinida e Pavarotti (Ticiana Studart e Vida)



 
     Monique, Claudie e Júlio (Marina Lessa Trindade, Kauã Rodriguez e Sérgio Mascouto)









 

Nenhum comentário: